GED e Serviços

A evolução do GED…ao ECM

Eder Ramalho 10 set 2007

No mundo da tecnologia a evolução é natural. Nenhuma tecnologia fica estável por mais de 18 meses e sobrevive para contar a estória. Até a incrível Inteligência Artificial evolui, e o que era tecnologia de ponta em 1990, hoje está presente até em telefone celular. Com o GED – Gestão Eletrônica de Documentos, ocorreu o mesmo. Sim, também tivemos a evolução do GED! Surgida nos idos de 1990, com a promessa do “escritório sem papel”, da salvação de milhões de árvores e como a tecnologia disruptiva que ia por fim à indústria de celulose, até o nome GED é ultrapassado, já que não se traduzem mais os acrônimos que designam tecnologias, efeito colateral da globalização.

Como foi a evolução do GED

Deixemos claro: o GED de 1990 custa hoje R$10 e vem num CD encartado em revistas de banca. Ou voce pode fazer um download pela internet sem pagar royalties a ninguém.
O GED globalizado de 2005 chama-se ECM – Enterprise Content Management. Descontado o inglês, o que se manteve foi o lado Gestão/Management.

Comecemos com o Enterprise/Corporativo – sugere consolidação, abrange a empresa inteira, todos os departamentos, vai além da biblioteca ou simples guarda de documentos. Como o ERP que cuida de processos corporativos, o ECM cuida do conteúdo corporativo, ou seja, dos 80% da informação que normalmente está órfã, dispersa pela empresa, displicentemente guardada nos discos internos de laptops, desktops e nos servidores de rede.

O ECM cuida do conhecimento. Content/Conhecimento. Estamos na era da informação, onde o conhecimento é a maior riqueza que as empresas têm. E o ECM está justamente focado em gerenciar esta riqueza. Hoje, o ECM é tão importante quanto o ERP, e com o avanço extremamente rápido das tecnologias que compõem o ECM, com a inclusão da nova inteligência artificial que permite a análise, indexação e compreensão do conteúdo, o ECM vai rapidamente roubar a cena e tornar-se a principal tecnologia corporativa até 2010.

Mas o que transformou o patinho feio do GED no Cisne Branco do ECM? Enumerando:

1. Arquitetura – o GED era, como tudo feito em 1990, monolítico, quase proprietário, com suporte a poucos devices, quase todos scanners. O ECM é extremamente modular, aberto, e os líderes tem a arquitetura SOA – services oriented architecture, que usa padrões XML, interface web, escritos em Java e suportam qualquer coisa, de câmeras de video firewire a dispositivos de reconhecimento de voz USB.

2. Tipos de Dados – o GED era feito para documentos, portanto suportava TIFF ou algum outro formato para imagens binárias sem compressão. O ECM suporta todo tipo de conteúdo, imagens, vídeos, documentos, powerpoints, planilhas, bancos de dados, voz, música, animação, CAD, CAM, vídeo HDTV, áudio Dolby Digital, DTS, websites. O ECM é multimedia, é web, tem e-learning, colaboração.

3. Aplicações – o GED suportava a aplicação básica de biblioteca: controle de versão, check-in, check-out, publicação, impressão, visualização. O ECM, por ser multimedia, tem WCM – Web Content Management, tem BPM – Business Process Management, tem ERM – Enterprise Records Management, tem DAM – Digital Assett Management, tem CM – Collaboration Management e, claro, tem EDM – Enterprise Document Management (GED!!!).

4. Ecosistema – como já foi dito, o GED era monolítico e isolado. O ECM é integrado. Ele pode gerenciar todos os documentos associados a transações do ERP. Gerenciar e ser o repositório de todos os relatórios gerados pelo ERP e aplicações legadas. Prover, gerenciar e alimentar todo o conteúdo de aplicações WEB. Servir de motor de processamento para o BPM. Conversor de formatos e indexador inteligente para aplicações multimedia. Arquivo e repositório de dados históricos de bancos de dados.

5. Infra-estrutura – o GED surgiu num mundo onde storage e processamento eram recursos caros. O ECM existe num mundo onde storage e processamento são recursos muito mais abundantes e acessíveis. Eles deixaram de ser o limitador para o crescimento da quantidade de conteúdo gerenciado, e passaram a ser os grande habilitadores, que permitem a construção de verdadeiros armazens, silos, entrepostos para a guarda e troca do conhecimento. O ECM está num mundo tecnológico sem gargalos, onde o conhecimento vale infinitas vezes mais que a infra-estrutura que o contém.

Daqui a dez anos, escreveremos outro artigo, de como o ECM transformou-se no Big Brother. O gerente de conhecimento que não apenas guarda, mas tambem compreende o conhecimento e toma decisões baseadas no conhecimento. Isto está acontecendo porque o grande esforço agora é agregar ao ECM tecnologias de Inteligência Artificial como Taxonomias e Ontologias. Estas tecnologias permitem a agregação ou clusterização do conhecimento por áreas afins, a compreensão contextual, o processamento do conhecimento. Prover o conhecimento de serviços inteligentes – CIS – Content Intelligence Services é a fronteira do ECM hoje. Não apenas para controlar e policiar, como o big brother sugere, mas principalmente, para alavancar a capacidade humana de explorar e criar conhecimento.

A evolução do GED vai continuar. Em breve novos recursos farão parte da ferramenta e quem trabalha no setor deverá estar atento.

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