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Microfilmagem e preservação de acervo

Henderson Torres 18 mar 2009

Ao completar 170 anos, Arquivo Nacional do Rio de Janeiro aposta na microfilmagem para preservar seus arquivos históricos e torná-los acessíveis à população. No prédio encontram-se milhares de documentos que ajudam a contar a história da formação da sociedade brasileira.

Criado em 1838, o Arquivo Nacional do Rio de Janeiro é uma instituição arquivística e órgão central do Sistema de Gestão de Documentos de Arquivos – SIGA, da administração pública federal e integrante da estrutura básica da Casa Civil da Presidência da República.

No prédio localizado à Praça da República, 173, podem ser encontrados milhares de documentos que ajudam a contar a história da formação da sociedade brasileira, como a criação de leis, cartas de alforria, transações comerciais e até documentos de grande valor histórico como a Lei Áurea, a Lei do Ventre Livre, todas as Constituições Brasileiras, tratados de Napoleão Bonaparte, Autos da Devassa (Sentença de Tiradentes), documentos da vinda da Família Real para o Brasil, o juramento do Imperador e ainda arquivos sobre a abertura dos portos e criação de diversos órgãos públicos.

No local o documento mais antigo trata de uma venda de imóvel de propriedade de Silvestre Gonçalves, de 1563. Da mesma data constam ainda escrituras, certidões, ofícios, requerimentos, testamentos, cartas de sesmarias, atas, recibos de missas e de aluguéis de imóveis, relatórios de visitadores, livros de inventários, correspondência, orações, jornais, cartão-postal e anais.

A partir desta data o Arquivo Nacional passou a receber documentos com os mais variados conteúdos vindos de todo o País. Para se ter uma ideia do volume de documentos armazenados no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, se cada folha arquivada fosse colocada em pé, lado a lado, seria possível alcançar uma distância de 60 km.

Tamanho volume de documentos, em sua grande maioria papel, requer cuidados e algumas técnicas de preservação e manuseio, fazendo-se necessário o trabalho de uma equipe especializada, que fica responsável pela recuperação de alguns arquivos, que chegam em condições precárias pela ação do tempo e condições inadequadas de armazenamento.

O trabalho de microfilmagem

Com objetivo de prolongar a vida útil desses arquivos, há alguns anos, o Arquivo Nacional deu início a um trabalho de microfilmagem de conteúdos que se encontravam em situação comprometedora por serem muito antigos ou muito consultados.

Para esta missão foi criado o departamento de microfilmagem, que microfilma documentos muito procurados para consulta e que precisam ser preservados. “O objetivo da microfilmagem é restringir o acesso e garantir a longevidade dos arquivos, produzindo ainda uma cópia de segurança dos arquivos mais procurados”, explica Gerson Pereira, supervisor de microfilmagem do Arquivo Nacional.

Atualmente estão sendo microfilmados documentos com os registros dos navios estrangeiros que atracaram no Porto do Rio de Janeiro entre os anos de 1875 e 1974. A microfilmagem, que teve início em meados de 2007 só deve terminar em 2009. Anteriormente foram microfilmados as entradas feitas por navios estrangeiros no Porto de Santos. “Por se tratar de um grande volume de folhas avulsas o trabalho exige cuidado e muita paciência”, afirma Pereira.

Em tempos onde o espaço destinado ao arquivamento de documentos é cada vez mais limitado, a microfilmagem se firma como uma das mais vantajosas opções, sendo que a seu favor está o fato de arquivos microfilmados serem reconhecidos, por lei, como autênticos, o que não acontece com aqueles que são apenas digitalizados.

Fonte: Fator Brasil

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